Scramasax



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A scramasax, ou simplesmente sax, é nada mais nada menos do que uma faca. De origem germânica, começou a se popularizar por volta dos séculos IV e V, na Europa continental e se espalhando por todas as regiões mais setentrionais, tomando formas e características próprias em cada local.

Em questão de uso, eles eram os mais variados possíveis. Eram o equivalente das facas téticas militares de nosso século: cortavam animais, frutas, madeira, pessoas, sem distinção. Algumas serviam inclusive como símbolo de status.

O tamanho dessas facas varia absurdamente. As menores, simples facas com aproximadamente 20cm de comprimento. Algumas francas chegavam a quase 90cm, maiores do que a maioria das espadas da época, com empunhaduras capazes de suportar duas mãos, inclusive, embora usá-las desta forma demonstre mais desvantagens do que qualidades.

Todas possuem apenas um gume, com um dorso bastante robusto. Algumas são enfeitadas com metais preciosos, como cobre e prata, ou são feitas com o chamado aço damasco. Umas possuem cavas em uma ou mesmo nas duas superfícies da lâmina, embora não seja regra. Costumam ter uma espiga longa, mas poucas possuem restos significativos do cabo.

Seax de Sittingbourne, Inglaterra. Apesar de não nos atermos a modelos britânicos, a imagem serve para ilustrar o
nível de detalhamento que essas armas podiam possuir. Data do século X.
 Dentro do escudo dos vales, seguimos a tipologia de Wheeler, ilustrada a seguir:

Os "losangos" pretos mostram a popularidade do modelo de acordo com a linha cronológica à esquerda.
Combinando as duas tabelas,pode-se criar uma visão de como e onde cada modelo era usado, ainda que isso seja uma aproximação grosseira, como ilustrado na imagens dos três exemplares achados na Escandinávia, que estariam em desacordo com a tabela.

Exemplos de seaxes escandinavas, quase todas pertencendo ao tipo I/III.
Como também é possivel ver, há que chame as espadas vikings de um só gume de saxes, ainda que em nosso grupo, as consideremos espadas plenamente desenvolvidas como tal.

Há que se notar que existem espadas curtas, com aproximadamente 60cm de comprimento e saxes, com mais de 80cm. Existem também saxes mais longas do que espadas que possuem guardas e pomos típicos a espadas contemporâneas, como a imagem a seguir:

Como é possível ver, a peça mede 67cm e possui um hilt classificado como tipo G de Petersen. Século IX, Noruega.

Esta, em comparação à anterior, é menor, medindo apenas 59cm. Também é uma variação do tipo G de Petersen, e é frequentemente vista como uma espada.
A confusão é comum e não há consenso para quando uma sax se torna uma espada ou vice-versa, mesmo entre os estudiosos do assunto, mas num geral as seaxes tendem a ter um dorso mais grosso, apresentam ausência de guarda e pomo em sua maioria e tendem a ser menores do que espadas. Visualmente falando, para leigos, podem ser objetos similares, mas seu uso difere bastante. O centro de massa das saxes tende a ser mais adiante nas lâminas do que as espadas contemporâneas e isso é um indicador de diferenciação, uma vez que o impacto dos golpes tende a ser maior e o controle menor.

Dentro do Escudo dos Vales, para os escandinavos, utilizamos toda a tipologia de Wheeler, com ênfase nos tipos I e II, embora não unicamente.
As lâminas devem ter, obrigatoriamente, entre 2 e 3mm de espessura, ponta arredondada e comprimento entre 15 e 40cm.
Os cabos podem ser simples ou compostos, com ou sem guarda, dependendo do período e região retratados pelo membro.

Para outras culturas do Báltico, deve haver uma pesquisa separada para cada recorte, usando facas e facões que não necessariamente sejam chamados de sax.