Recriacionismo



O que é recriacionismo          Atividades          Armas          Equipamentos de proteção          Escudos          Vestimentas


Recriacionismo histórico, ou Historical Reenactment, é uma prática educativa que tem por objetivo recriar alguns aspectos de um determinado período ou evento, havendo a possibilidade de se focar em apenas uma grande batalha, como a de Hastings, na Inglaterra, ou em um período que dure séculos, tal como alguns museus o fazem na Europa, criando um conceito dinâmico de ensino, ao invés de apenas apresentarem "resíduos" de uma época desprovidos de seus contextos.
A recriação sempre busca autenticidade, na medida do possível, e isso não pode existir sem um pesado estudo sobre o assunto que se pretende recriar. A leitura de livros, artigos e fontes do período recriado são fundamentais, embora sejam insatisfatórios se a arqueologia for posta de lado.
O recriacionismo, assim, junta sobreviventes literários - ou orais, no caso de períodos como a Segunda Guerra Mundial, que ainda nos oferece testemunhas vivas - e materiais de uma dada época e à partir disso, permite que o recriacionista viva esta época.
A recriação não existe sem o recriacionista, pois é ele quem demonstra, na prática, como esse período era, através de seminários, apresentações, reuniões, festas, demonstrações de algum trabalho, através de suas roupas, etc...
Uma coisa que se faz digna de menção é que reenactment NÃO é cosplay (bem menos RPG). Um recriacionista recria uma época REAL da maneira mais fiel possível, buscando sempre evitar anacronismos e erros conceituais, o que sempre o leva a pesquisas sobre equipamentos, acessórios e vestes, os materiais usados para sua confecção, cortes e formas apropriados, funcionalidade, etc... Já o cosplayer visa apenas o lado estético e, em grande parte, invoca um cenário ficcional, mesmo que seja inspirado em nosso mundo. Desta forma, um cosplayer inspirado em Tolkien, ainda que use os materiais exatos descritos pelo escritor, lute com espadas e machados, atire com arco e flecha e fale élfico, não é um recriacionista histórico. Também, assim, alguém que use roupas e armaduras de fantasia medieval, mesmo que faça tudo que o recriacionista faz, não o será, pois não busca o essencial que é ser autêntico para um período real.
Recriacionismo também não é LARP, swordplay ou outras práticas que se utilizam de armas "de mentirinha". Mesmo as lutas entre reenactors são apenas uma parte de um todo, que só recebem certa evidência em relação às demais porque é, de longe, a mais mobilizadora. O uso de armas "reais" é também uma questão de ilustrar o período o mais perfeitamente possível, uma vez que a maioria das pessoas tem idéias completamente errôneas sobre as formas, dimensões e, principalmente, peso de tais objetos.
O reenactment, claro, não é exclusivamente medieval - como deixei claro ao mensionar a Segunda Guerra Mundial - e possui diversas faces, e dentro deste recriacionismo medieval, existem diversas divisões cronológicas e regionais.
O recriacionismo Viking, como o nome já diz, busca trazer ao nossos dias os aspectos do cotidiano das populações escandinavas dos séculos VIII ao XI, nas mais variadas formas. Existem aqueles que estudam suas músicas e danças, outros que se preocupam com a produção artística da época, os que priorizam a navegação, a luta e, também, mais de um, ou ainda, todos esses aspectos.
No Escudo dos Vales, recortamos apenas um período e tentamos mostrá-lo através de lutas, manufatura de itens da época, explicações do porquê de certos estilos de armas e armaduras, explicações acerca da própria história, etc...
Ou seja, o recriacionismo histórico é um misto de arqueologia experimental e encenação, por isso também é chamado, em alguns lugares, de "História ao Vivo".

Se quiser ler mais, eis um ótimo texto no link http://www.limacoedizions.com/public/wordpress/?p=710 (em espanhol).